Condomínio Residencial na Rua Grécia em Cotia/SP
Longe dos centros urbanos e da mediocridade que caracteriza boa parte das residências de alto padrão, um condomínio popular celebra a alegria e inteligência da boa arquitetura.
"A boa arquitetura começa pelo cliente", afirma Joan Villà, arquiteto nascido em Barcelona, que teve sua formação profissional no Brasil. O cliente merece grande parte das honras recebidas pela qualidade do conjunto. Nesse projeto, o cliente não era o poder público, como é comum no caso de habitações de caráter popular, mas sim um incorporador acostumado a executar casas de alto padrão na região.
O desejo de oferecer boa arquitetura a preço acessível, levou o incorporador a pesquisar os projetos, técnicas e construções de Villà.
FICHA TÉCNICA
Condomínio Residencial Cotia
Local: Cotia, SP.
Data do projeto: 2011
Data da conclusão da obra: 2002
Área do terreno: 3.200 m²
Área construída: 2.256 m²
Arquitetura: Joan Villà e Silvia Chile
Colaboradores: Cláudia Mota e Guilherme Mazoni
Projeto estrutural: Yopanan Rebello
Projetos hidráulico e elétrico: Edson Takahashi, Saneamento: Luiz e Fernando Carvalhães
Projeto de drenagem: Edson Garcia da Silva Jr.
Treinamento de mão-de-obra: Débora Daukan
Construção e incorporação: Zênica
Projeto estrutural: Yopanan Rebello
Projetos hidráulico e elétrico: Edson Takahashi, Saneamento: Luiz e Fernando Carvalhães
Projeto de drenagem: Edson Garcia da Silva Jr.
Treinamento de mão-de-obra: Débora Daukan
Construção e incorporação: Zênica
* Projeto selecionado para a 4a Bienal Ibero-Americana de Arquitetura e Engenharia Civil.
O conjunto residencial de Cotia é composto de 24 unidades, distribuídas em três blocos, assentados em três patamares, seguindo a topografia do terreno em aclive, com 3.200m2. Cada bloco possui 8 sobrados geminados dois a dois, distribuídos de maneira linear, compondo o conjunto de 24 residencias unifamiliares.
O acesso ao terraço é feito por uma escada externa comum a cada duas casas não-geminadas. "É um pouco de coletivo no privado", comenta Silvia Chile. Cada grupo de casas geminadas possui cobertura de telhas metálicas do tipo borboleta com águas que caem em direção a uma calha central.
O posicionamento das residências nos patamares favorece a ventilação, iluminação e visibilidade no terreno em aclive.
As casas possuem três pavimento, sendo sala, cozinha, área de serviço e um pequeno quintal no térreo, quartos e banheiro no primeiro andar e um terraço no segundo pavimento.
O conjunto foi construído com pré-fabricação cerâmica, que consiste na execução de painéis de blocos cerâmicos para laje, paredes e escadas, técnica desenvolvida por Villà nos Laboratórios de Habitação da Belas Artes e Unicamp. A mão-de-obra foi treinada no canteiro pelos arquitetos.
Conhecido como sistema da pré-fabricação cerâmica, o método demanda materiais básicos como cimento, tijolos e areia. Os módulos pré-fabricados são constituídos de painéis de tijolos cerâmicos solidarizados, medem 43 cm de largura e 3 m de comprimento cada e são destinados à execução de paredes, lajes e coberturas. O mesmo sistema também permite a pré-fabricação de escadas. Nesse caso, são confeccionados módulos com até sete degraus cada.
Imagens de Silvia Chile e Nelson Kon.
