sexta-feira, 14 de junho de 2013

Urbanismo Real

Favelas e loteamentos clandestinos em São Paulo

Questões com a temática da expansão do tecido urbano por loteamentos clandestinos, irregulares e por invasões de terras é recorrente entre os urbanistas. 

Uma das principais características da dinâmica sócio territorial nas metrópoles é o conflito na ocupação e uso do solo urbano. A precariedade do habitat urbano, demonstrada também pelos loteamentos irregulares, espacializa uma das expressões desse conflito. Um maior conhecimento desse fenômeno urbano pode conduzir a políticas mais eficazes de uso do solo, com impacto positivo na diminuição da pobreza e possíveis repercussões no aumento de produtividade da economia.

É bastante usual a confusão entre conceitos jurídico e urbanisticamente distintos tais como: loteamentos clandestinos, favelas e loteamentos irregulares. Consideram-se clandestinos aqueles que não obtiveram nenhuma aprovação por parte do poder público municipal. 

Já as favelas são fruto de invasão, coletiva ou gradual. Atualmente, em muitas favelas existe comercialização da terra. Nas invasões programadas, não raro a terra invadida é parcelada. Embora a resultante física seja similar, como o processo inicial das favelas foi de invasão, não se pode confundir com loteamento clandestino. 

O loteamento clandestino não raro é fruto da ação de um loteador inescrupuloso, pois seus lotes não são invadidos, e sim comercializados e este caso merece especial atenção, pois na história dos loteamentos clandestinos a história mostra que eles têm sido tolerados e depois anistiados, sem cobrar dos loteadores a infraestrutura que devem ao município e aos moradores. Obras são executadas pelo poder público, que acabam beneficiando o loteador, permitindo a valorização dos lotes remanescentes, mas até que que consigam essas benfeitorias os moradores percorrem um longo e penoso caminho emaranhados na legislação e na burocracia dos municípios. Sem dúvida, uma política urbanística eficiente deve impedir que esse processo continue, garantindo que a produção da cidade se faça de forma adequada.

Em tempos onde o foco se tornou a preservação do meio ambiente e as questões pertinentes a sustentabilidade, problemas surgidos antes da década de 40 ainda fazem parte da rotina de parcelamento do solo e mostram a ineficiência administrativa para solução, ou pelo menos, diminuição do problema.

Em 1981, a Prefeitura do Município de São Paulo, levantou processos relativos a 3.567 loteamentos irregulares e clandestinos, cuja superfície total correspondia a 23% do município;

Atualmente, os números são de 3.142 loteamentos, sendo 19% da área do município, de acordo com a Prefeitura do Município de São Paulo, através dos dados divulgados pela Secretaria de Habitação. Além de 1.087 cortiços espalhados pela capital paulista com condições precárias de habitabilidade. 

O processo de regularização dos loteamentos é moroso, e continuará "naufragando" diante da impossibilidade de contenção do problema, evitando que novas áreas sejam invadidas e novos loteamentos ilegais criados, por ineficiência na fiscalização, pelo alto deficit habitacional e, principalmente, pelo modelo socioeconômico existente, distribuição de renda e o preço da terra.

A urbanização de favelas e loteamentos é uma solução viável, que busca melhorias em todos os aspectos, proporcionando qualidade de vida, condições de salubridade, preservação do meio ambiente e a incorporação do espaço à cidade, um urbanismo real.

Para ler a respeito:

Um século de favela
 Alba Zalua e Marcos Alvito
Cidade ilegal
de Márcio Valença


Fonte de pesquisa:

LOTEAMENTOS IRREGULARES NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO: UMA AVALIAÇÃO ESPACIAL URBANÍSTICA por Suzano Pasternak - arquiteta, mestre e doutora em Saúde Pública.
Secretaria de Habitação do Município de São Paulo em http://www.habisp.inf.br





segunda-feira, 10 de junho de 2013

VIDROS E PÁSSAROS NA ARQUITETURA

O vidro ocupa um lugar de destaque na arquitetura contemporânea devido uma série de fatores.
As intempéries naturais como a chuva, maresia e ventanias, além da poeira, por si só já justificam a existência desse produto tão atual e necessário. Questões como iluminação natural, conforto termo acústico, a integração do ambiente interno com o exterior da edificação e a beleza, também são importantes na definição de um projeto e da utilização dos fechamentos de vidro.

No entanto, algumas questões devem ser consideradas na elaboração do projeto, para evitar inconvenientes, pois, quanto mais envidraçadas as fachadas, maior a incidência de luz e calor solar no interior das edificações. Caso os raios solares não sejam barrados, certamente o edifício será um grande consumidor da energia que aciona o sistema de ar condicionado, além de gerar desconforto ambiental aos seus usuários.

Um grande problema que também deve ser considerado na elaboração do projeto, é a questão dos pássaros que colidem com as vidraças, fato que ocorre não somente nas zonas rurais, mas também nas áreas urbanas, de todo o mundo. Não adianta nos preocuparmos com questões como economia de energia elétrica, iluminação natural e sustentabilidade, se não pensarmos no meio ambiente como um conjunto de fatores a serem preservados.

Só nos Estados Unidos, estima-se que até 1 bilhão de aves morre a cada ano, em decorrência de colisões com vidros.
Desde o ano passado (2012), está em fase de análise um projeto cujas diretrizes impõem um novo olhar sobre o problema da fauna e tornará obrigatória a questão para os projetos candidatos ao LEED de construção sustentável.

Os pássaros não conseguem distinguir painéis de vidro transparente ou reflexivo, então é importante considerar, durante a fase de projeto, que os fechamentos de vidro possuam guarnições, molduras ou segmentos que funcionem como uma barreira visual, evitando assim a morte dos pássaros. Adesivos, persianas ou até mesmo floreiras podem ajudar a evitar os acidentes.


Em algumas cidades do Brasil, o IBAMA observa de perto a questão e exige a colocação de sinalizadores nas áreas envidraçadas, mas nada oficial consta ainda na legislação das cidades, cabendo então aos profissionais de arquitetura a consciência ao elaborar projetos, visando a perfeita conjunção do ambiente construído com a natureza em toda sua totalidade.



Algumas dicas:

- Evite vidros translúcidos ou espelhados, estes últimos refletem a paisagem de fora confundindo os pássaros;
- Dê preferencia aos vidros pigmentados, coloridos ou escurecidos, pois possibilitam que os pássaros os vejam claramente;
- No caso de vidros planos e incolores, pode-se utilizar o Insulfilme ou outros revestimentos que eliminam reflexões;
- Fitas sinalizadoras (como as usadas nas portas de vidro para evitar que pessoas se machuquem) 
- Faixas de vidro jateado também contribuem como sinalizadores;
- Adesivos com formas de aves de rapina;
- Na janelas utilize as telas, cortinas persianas;
- Mudança na angulação da fixação do vidro;
- Não deixar visíveis coisas que atraiam pássaros como: comida, água, plantas, etc;
- Evitar que os condomínios troquem as grades por muros de vidro. Caso seja inevitável, observe as opções acima.


Fonte de pesquisa:

Veja também:

terça-feira, 7 de maio de 2013

Escadas muito além da função

As escadas são classificadas como elementos cuja finalidade é ligar locais com diferenças de níveis, tendo então a utilidade de servir a uma função.
Elas podem ser construídas com diversos tipos de materiais e formas, tornando-se um elemento muito além da função de vencer desníveis e se transformarem num elemento escultórico que agrega personalidade ao projeto arquitetônico e também de ambientação.

As escadas são compostas por degraus. Cada degrau é composto pelo piso (ou passo, ou, ainda, pisada), a parte plana onde pisamos, e pelo espelho, a parte vertical. As escadas chamadas de vazadas não possuem a parte do espelho, dessa forma, é possível ver através delas, no entanto a altura considerada entre o degraus, mesmo vazados ainda é chamada de espelho.

A importância de se entender o que é piso e o que é espelho está no fato de que as escadas devem ser calculadas na fase do projeto de qualquer construção e, para isso, devemos dividir a diferença de nível entre os andares que a escada ligará pela altura do espelho. O resultado da conta é o número de degraus que a escada terá.

Para construção das escadas deve-se seguir legislação e normas, para que seja possível construir uma escada segura e confortável, no que diz respeito a altura dos espelhos (distância entre um degrau e outro), comprimento do degrau em relação a pisada e também a largura em relação a sua área de circulação. 

Largura – uma escada com menos de 0,80 m pode ser muito estreita e de difícil circulação; a partir de 0,90 m as escadas se tornam confortáveis e a partir de 1,20 m de largura torna possível a circulação de duas pessoas ao mesmo tempo.

Patamares – os patamares são os momentos em que o ritmo dos degraus é interrompido. Isso geralmente acontece quando há uma mudança de direção, como nas escadas em “L”, ou em forma de “U”. Nestes casos, recomenda-se que o patamar tenha pelo menos a mesma largura da escada para não prejudicar a passada. Os patamares podem surgir ainda como forma de descanso em escadas muito longas. Nesse caso, o cálculo deve prever a medida de um número inteiro de passos no patamar para que a escada seja, de fato, confortável. Em determinados locais proíbe-se a construção de escadas com mais de 17 degraus sem um patamar intermediário.

Altura do espelho – uma altura confortável para o espelho é de cerca de 10% da altura das pessoas, ou seja, entre 16,5 cm e 18 cm em média.

Comprimento do piso: Não deve ser inferior a 0,25 m para que os nossos pés caibam confortavelmente e o ideal é que fique entre 0,27 m e 0,30 m.
Fórmula infalível

Existe uma fórmula bastante útil para calcularmos as escadas:

2 x Espelho + Pisada = 0,64 m ou 0,65 m

Como exemplo, temos uma escada ideal com espelho de 0,18 m e pisada de 0,28 m. Assim: 2 x 18 + 28 = 64.

Esta fórmula está ligada ao tamanho médio de um passo das pessoas. Admitem-se variações dessas medidas, mesmo porque as pessoas não têm o mesmo tamanho, mas quanto mais distante dessa fórmula ideal, maior é a probabilidade das pessoas muito altas ou muito baixas se sentirem desconfortáveis.

Todos os degraus de uma escada devem estar equidistantes uns dos outros, ou seja, os espelhos devem ter sempre a mesma altura sob pena de se tropeçar ao subir ou ao descer. Nosso cérebro se acostuma com a altura dos primeiros degraus e se programa para os próximos. É por isso que conseguimos subir ou descer uma escada no escuro sem tropeçarmos.

Devemos ainda lembrar que uma questão importante ao falarmos de escadas é a segurança. Escadas com pisos muito estreitos, com degraus de alturas variáveis ou com revestimentos escorregadios podem provocar acidentes. Outro fator importante é o uso de guarda-corpos e corrimãos. Apesar de poderem ser prescindidos em casos específicos, auxiliam bastante no equilíbrio e aumentam a segurança.









 









domingo, 5 de maio de 2013

O Urbanismo e o Clima



As mudanças climáticas têm consequências diferenciadas em nosso planeta. Produz secas e diversos problemas, em sua maior parte, afetando a produção de alimentos e outras graves consequências que atingem os países mais pobres e as camadas mais pobres. 

É importante compreender que todas as questões relacionadas com a ocupação do solo urbano, também se inter-relacionam com fatores climáticos em grande escala, numa perspectiva dinâmica aplicada ao ordenamento urbano. 
Algumas questões devem ser consideradas para elaboração de projetos urbanísticos e arquitetônicos, visando atender questões de sustentabilidade, e principalmente, buscando o retrocesso dos efeitos climáticos da melhor forma possível. A análise da densidade de ocupação urbana do solo, a morfologia urbana, o estudo do topo clima, o balanço energético da atmosfera urbana, o campo térmico urbano e a “ilha de calor”, a topografia, o vento e a circulação de ar, a influência urbana no bioclima humano, o conforto bioclimático, a qualidade do ar, cartografia topo climática, a vegetação e a água, contrastes termo higrométricos espaciais, entre outras questões. 

É fato que o planeta está se aquecendo por causa do acúmulo de gases poluentes na atmosfera, como o gás carbônico e o metano, derivados da atividade humana e que propostas de drenagem e arborização, são importantes, mas não respondem a outras dimensões da problemática. Seriam necessárias medidas mais complexas, pois ainda existiriam as grandes interferências do concreto e do asfalto existente nas cidades e a utilização destes materiais, em substituição ao meio natural, provoca inevitavelmente o aumento da temperatura das cidades. Este fenômeno, denominado “ilha de calor”, representa anomalia térmica que torna as metrópoles mais quentes que as regiões vizinhas, sejam áreas não antropizadas ou áreas rurais. 

Qualquer que seja a cidade, não importa em que país, é local onde o homem transformou o ambiente natural. Esta transformação é negativamente impactante em função da inevitável eliminação de cobertura vegetal. 

Nos países menos desenvolvidos, a produção de lixo e a pouca estrutura relacionada a equipamentos de saneamento básico resultam em poluição de corpos d´água pela emissão de dejetos e abertura aleatória de poços de água, em prejuízo aos cursos subterrâneos, além do consumo de água inadequada à saúde. 

Nestes mesmos países, por dificuldade em solucionar a questão do transporte público, a cada dia mais veículos individuais circulam pelas vias, demandando o alargamento das existentes e a abertura de novas, além de mais e mais estacionamentos públicos. 

As consequências das implantações de cidades são profundas, sobretudo sobre o meio ambiente natural. Mas permanece a tendência em permitir o adensamento dos núcleos urbanos em proporções intensas. 

A questão que se coloca é a necessidade de solucionar o grave problema da intensificação do clima urbano, além dos outros problemas decorrentes das grandes aglomerações, separando a abstração da realidade sufocante. 

No Distrito federal existe um decreto, de número 14783, publicado em 1993, que tombou como patrimônio ecológico várias espécies arbóreo-arbustivas. Este instrumento legal estabelece, além do tombamento destas espécies previamente definidas, que o corte, a erradicação, o transplante e a poda de espécies de qualquer natureza, em zona urbana ou de extensão urbana, em área pública ou mesmo privada, requerem a autorização da Administração Regional competente, ouvida a NOVACAP, órgão responsável pela manutenção dos espaços verdes do Distrito Federal. 

Consta também, deste decreto, que a erradicação de árvores é estritamente vinculada ao seu estado fitossanitário, possibilidade iminente de queda, interferência com redes aéreas ou subterrâneas, ocorrência comprovada de malefícios causados à saúde e riscos às edificações. 

Além disso, exige que as normas urbanísticas de qualquer área, referentes à aprovação de parcelamentos urbanos, constem de exigências sobre a manutenção de espécies de porte superior a 2,50m ou com circunferência superior a 20m. 

Ao lado destas exigências, muitas normas urbanísticas requerem área de permeabilidade interna aos lotes. Contudo, a materialização destas áreas não é claramente especificada por estas legislações. Logo, soluções alternativas são sempre buscadas pelos proprietários, como forma de escapar do ajardinamento e do plantio de árvores. Em alguns casos, a Carta de Habite-se tem sua emissão bloqueada pela vistoria fiscalizadora do imóvel, quando verificada a impermeabilização destas áreas incluídas no projeto arquitetônico aprovado ou visado. Evidentemente, sob o protesto do proprietário. 

Lamentavelmente, as áreas de permeabilidade previstas em legislação têm objetivo muito mais associado ao escoamento de águas pluviais – fator, igualmente, de extrema importância – do que à meta tão necessária de atenuar o desconforto ambiental causado pelas construções urbanas. 

Neste sentido, muitas normas permitem que a área de permeabilidade seja substituída por sistema de captação e armazenamento de águas pluviais, para posterior utilização específica na edificação, afastada a possibilidade de consumo humano e outras condições que exijam que a água seja potável. 

Ao mesmo tempo, os planos diretores excluíram as áreas de permeabilidade de quase todos os lotes residenciais unifamiliares, na medida em que ampliou a área total das unidades imobiliárias onde a permeabilidade deve ser exigida. Em consequência, os lotes de uso residencial unifamiliar, por suas dimensões sempre inferiores aos lotes destinados a outros usos, se ausentaram desta obrigação, mesmo sendo maioria em qualquer núcleo urbano. 

Por sua vez, os projetos arquitetônicos de uso residencial unifamiliar refletem a intenção de utilizar a totalidade do lote. Seja qual for a motivação, ocupar todo o espaço disponível é ocorrência comum. Nestes projetos, sequer um pequeno jardim é proposto. 

O resultado tem sido a contínua impermeabilização do solo em vasta área urbana, com a supressão, inclusive, de elementos vegetais pré-existentes, que sequer constam do projeto arquitetônico como forma de driblar o que chamam de “burocracia para arrancar uma árvore”. 

Muito comuns são as ocorrências em que moradores exigem do Poder Público a retirada de árvores em área pública, que lhes são vizinhas, sob argumentos variados, entre eles a existência de animais silvestres que lhes causam incômodo. Mas o espaço urbano usurpou o meio ambiente natural e, é claro, os animais podem permanecer. Nós ocupamos a área deles, e não o contrário. Se vissem os tamanduás, onças e cobras que circulavam pelo Plano Piloto em 1960! 

O gráfico abaixo, feito pelo projeto Berkeley Earth Surface, mostra a evolução das temperaturas médias na cidade de São Paulo desde 1850. 

A linha preta é a média anual. Observando o sobe e desce dela, dá para ver como um ano pode ser diferente do outro. A linha preta permite enxergar melhor a tendência de longo prazo. Ela mostra a média de temperatura dos dez últimos anos em cada período. Ela corta os anos fora do padrão e exibe com clareza a tendência de aquecimento na cidade.

A média de temperatura, que oscilava abaixo dos 19 graus, agora fica na faixa dos 20 graus. Não é pouca coisa. Basta lembrar que apenas 5 graus em média nos separam das temperaturas de hoje e o auge da última era glacial, há 50 mil anos. 

O aquecimento de São Paulo é em parte atribuído à própria urbanização. Na medida em que a densa Mata Atlântica foi substituída por cimento, asfalto e aço, o clima local foi ficando mais próximo de um deserto. 

Cabe ao Poder Público investir numa legislação mais pertinente as questões do meio ambiente e uma forma mais eficaz de fiscalização, mas principalmente, são necessários arquitetos e urbanistas mais conscientes e com disposição para enfrentar o mercado imobiliário em prol da qualidade de vida. 

Fontes: 
Texto original por Aldo Arantes, Diretor Presidente do Instituto de Pesquisas e Defesa do Meio Ambiente (INMA)  em http://www.inma.org.br

sábado, 4 de maio de 2013

Ambientação - Quarto do bebê



Nenhum acontecimento na vida de uma mulher se compara a felicidade de ser mãe, e decorar o quarto desse novo ser, já tão amado, é um dos grandes prazeres que podemos desfrutar durante a gestação.



Algumas questões devem sempre ser observadas para que, além da beleza, o quarto do bebê possua o conforto e segurança necessários.

- Jamais posicione o berço diante de portas e janelas, evitando assim corrente ar;
- A iluminação deve ser nas paredes, para ampliar o ambiente e, principalmente, para que a luz não incomode o bebê;
- Tire partido da iluminação natural;
- As cores devem ser claras e no máximo 3 cores diferentes para não "poluir" o ambiente;
- Prateleiras nas áreas próximas ao berço devem ser evitadas, pois além de acumularem poeira podem causar acidentes;
- O piso ideal é de madeira, taco ou vinil. Os pisos frios devem ser evitados e também os carpetes;
- Não é adequado colocar iluminação acima do toucador, ela pode ser lateral, como Spot móvel ou abajur;
- Na decoração do berço utilize apenas tecidos 100% algodão e evite almofadas;
- Utilize adornos do tipo móbile pois estimulam os sentidos do bebê;
- Abuse dos detalhes, mas evite colorir demais o espaço ("menos é mais").






Simples e sofisticado


Detalhes que fazem a diferença
 

Abuse das cores branco e creme

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Nova técnica diminui emissão de CO2 na produção de cimento

A produção de cimento pode dobrar sem aumentar as emissões de gás carbônico (CO2) por meio de uma nova técnica criada na Escola Politécnica (Poli) da USP. O método realiza de forma mais racional o controle, seleção e combinação das matérias-primas usadas para produzir o cimento, aumentando a qualidade e a maleabilidade do produto e permitindo substituir grande parte do material responsável pela emissão de CO2, podendo reduzir as emissões em 40%. A técnica teve sua eficiência comprovada no aumento da resistência do concreto em laboratório. A Poli negocia parceria com indústrias de cimento para aperfeiçoar a tecnologia e aplica-la na produção.

Técnica permite reduzir a quantidade de
 água utilizada na produção de cimento

O cimento Portland tradicional é composto basicamente por argila e calcário, substâncias que, quando fundidas no forno em alta temperatura, se transformam em pequenas bolotas chamadas de clínquer. Esses grãos de clínquer são moídos com gipsita (matéria-prima do gesso) até virarem pó. “Estima-se que para cada tonelada de clínquer são emitidos entre 800 e 1.000 quilos de CO2, incluindo o CO2 gerado pela decomposição do calcário e pela queima do combustível fóssil (de 60 a 130 quilos por tonelada de clínquer)”, diz o professor Vanderley John, da Poli, um dos responsáveis pelo projeto. “A indústria busca alternativas para aumentar a ecoeficiência do processo substituindo parte do clínquer por escória de alto-forno de siderurgias e cinza volante, resíduo de termelétricas movidas a carvão. O problema é que a indústria do aço e a geração de cinza crescem menos que a produção de cimento, o que inviabiliza essa estratégia a longo prazo”.

A tecnologia consiste basicamente em aumentar a proporção de filler na fórmula do cimento Portland, adicionando dispersantes orgânicos que afastam as partículas do material e possibilitam menor uso de água na mistura com o clínquer. O filler é uma matéria-prima à base de pó de calcário que dispensa tratamento técnico (calcinação), processo que na fabricação do cimento é responsável por mais de 80% do consumo energético e 90% das emissões de CO2. Empregado desde 1970, a quantidade de filler na fórmula do cimento não poderia ser alta porque havia o risco de comprometer a qualidade do produto. “Em laboratório, foi possível chegar a teores de 70% de filler, sendo que atualmente ele está entre 10% e 30%”, afirma John. “Com isso será possível dobrar a produção mundial de cimento sem construir mais fornos e, portanto, sem aumentar as emissões”.

O método utilizado pela Poli combina matérias-primas simples com ferramentas e conceitos avançados, a começar pelo controle e seleção das substâncias que compõem o cimento. “A tecnologia é baseada em modelos de dispersão e empacotamento de partículas que possibilita organizar os grãos por tamanho, favorecendo a maleabilidade do cimento”, diz Rafael Pileggi, professor da Poli que também coordena o projeto. “Por meio da reologia, ramo da ciência que estuda o escoamento dos fluidos, obteve-se misturas fluidas com baixo teor de clinquer e outros ligantes como a escória. Também foi possível reduzir a quantidade de cimento e água utilizados na produção de concreto, sem perda da qualidade”.

Tecnologia
De acordo com Bruno Damineli, doutorando da Poli que pesquisa concretos de baixo consumo, “um concreto de alta resistência com o novo método de produção de cimento pode utilizar 120 quilos por tonelada, ao invés dos 500 quilos usados atualmente”. O professor Pileggi aponta que novos estudos irão desenvolver tecnologias que permitam a moagem e a seleção de partículas em larga escala e de forma competitiva. Para John, “a adoção da tecnologia pode ser progressiva, avançando à medida que a indústria ganha experiência e ajusta seu modelo de negócio. Em algumas aplicações, particularmente em concreto armado exposto a ambiente externo, sistemas com altos teores de filler podem apresentar problemas de durabilidade, o que exigirá o desenvolvimento de soluções inovadoras, seguras e de baixo custo”.

“O estudo atual mostrou que é possível mudar a forma como se fabrica cimento, concretos e argamassas”, comemora John. “Agora é preciso desenvolver uma tecnologia de moagem sofisticada em escala industrial”, complementa. A Poli negocia parcerias com as indústrias cimenteiras para aperfeiçoar e transferir o método. A emissão de CO2 varia conforme a tecnologia e matéria-prima utilizada na produção. “Tomando como base o cimento brasileiro, a técnica desenvolvida no estudo poderia reduzir o fator de emissão de CO2 de 610 quilos por tonelada de cimento para 360 quilos por tonelada, ou seja, 40% a menos”, ressalta.

Segundo John, a demanda mundial anual por cimento é de 3,6 bilhões de toneladas por ano e o consumo deve aumentar 2,5 vezes até 2050, em especial devido à demanda dos países em desenvolvimento. “Sem inovações, o setor poderá ser responsável por até 20% do total de CO2 emitido na atmosfera, nível que hoje está em 5%”, destaca. Uma das soluções para reduzir as emissões é adotar a tecnologia de sequestro de carbono, mas o uso seria proibitivo, em especial para as nações em desenvolvimento. “A Agência Internacional de Energia (IEA) estima em US$ 800 bilhões o investimento necessário para implantar uma infraestrutura para captar CO2”.

O professor John “aponta que a técnica desenvolvida na Poli amplia a produção sem investir na produção de mais fornos, o que implicaria também em não aumentar o consumo de combustível na operação. Uma fábrica de cimento padrão custa a partir de US$ 200 milhões, sendo que parte significativa dos custos vem da implantação dos fornos e do combustível”. O estudo de Damineli foi premiado pela fundação Holcim em Munbai (India), em cerimônia realizada no dia 13 de abril. O trabalho também recebeu no ano passado um prêmio internacional para concretos de baixo consumo, da Associação Sueca de Cimento Portland.

Imagem: cedida pelos pesquisadores

Matéria de Júlio Bernardes, da Agência USP de Notícias

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Os Céus como Fronteira



O tema verticalização está sempre presente no dia a dia dos brasileiros, porém, a trajetória da verticalização das paisagens urbanas no País ainda é um tema pouco debatido. Pensando na falta de registros e em sua importância para o desenvolvimento das grandes cidades, a Atlas Schindler e a Editora Grifo lançaram, no mês passado (março/2013), o livro Os Céus como Fronteira – A Verticalização no Brasil, obra que reúne narrativas inéditas, informações históricas, curiosidades e uma visão multifacetada do crescimento vertical de algumas das maiores cidades brasileiras. 

O livro passa pelas histórias de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Brasília, cidades que abrigam os maiores arranha-céus do Brasil, e que têm sua construção diretamente ligada à uma das grandes invenções do século 19: o elevador.

Entre os oito capítulos, são abordados e ilustrados com imagens históricas os aspectos fundamentais da trajetória arquitetônica e da paisagem urbana local.

O trabalho de pesquisa e redação da obra, que durou cerca de um ano, foi conduzido pelos historiadores Zuleika Alvim e Paulo César Garcez Marins, e contou com o esforço de uma equipe multidisciplinar de pesquisadores, arquitetos, historiadores e jornalistas que, juntos, foram atrás dos dados mais precisos sobre o tema. 

O resultado do trabalho é o destroncamento desse novo processo de urbanização em 278 páginas recheadas de fotos e uma visão diferente do crescimento vertical brasileiro.




segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Materiais Ecológicos ou Ecoprodutos




Ecoprodutos são todos artigos de origem artesanal ou industrializada, que sejam não poluentes, atóxicos, benéficos ao meio ambiente e a saúde dos seres vivos, contribuindo para um desenvolvimento sustentável.

É bastante complexo entender se o material ou tecnologia são efetivamente sustentáveis, pois se torna necessário observar uma série de fatores, como por exemplo, se a matéria prima é virgem ou reciclada, como é extraída, se é um recurso renovável, qual seu processo produtivo, se apresenta baixo consumo de energia, de água, qual sua relação com a poluição em relação a água, ar, terra e som, se gera resíduos (não somente na sua utilização, como também, na posterior manutenção), qual seu potencial de reciclagem e mais uma série de fatores determinantes para que um material receba certificações do tipo ISO 14001. 

ISO 14001 é uma norma internacionalmente reconhecida que define o que deve ser feito para estabelecer um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) efetivo. A norma é desenvolvida com objetivo de criar o equilíbrio entre a manutenção da rentabilidade e a redução do impacto ambiental; com o comprometimento de toda a organização. Com ela é possível que sejam atingidos ambos objetivos. 

A arquitetura possui papel fundamental no desenvolvimento sustentável e a adaptação dos projetos aos produtos certificados pode ser realizada de forma bastante simples. Produtos certos e atitudes conscientes, com certeza, fazem a diferença. 

A seguir, alguns produtos que podem e devem ser incorporados aos projetos de arquitetura e design. 

- Luminárias de LED - iluminação através de chip emissor de luz que também é chamado de “SOLID STATE LIGHTING”, conhecido como “LED”, é um aparelho que possui duração de em média 15 anos sem manutenção. Seu raio luminoso é livre de UV e de calor, seu tamanho é compacto e proporciona maior flexibilidade nos projetos. Uma tecnologia que supera a iluminação convencional, gerando uma economia que varia de 50 a 80 %. 

- Automação residencial - sistema de quadros sinóticos de automação que garante um completo gerenciamento da instalação elétrica, otimiza a funcionalidade, conforto, manutenção, flexibilidade de uso, segurança e energia. Sua utilização minimiza o uso de cabeamentos e gera economia na obra. 

- Torneira e válvula economizadora com sensor de presença para uso em banheiros públicos, com sensores que funcionam em 110v e 220v, com baixo consumo de energia elétrica, em alta e baixa pressão de água, economizam água e oferecem maior conforto e higiene na utilização. 

- Válvula de descarga fluxo duplo para banheiros, com dispositivos independentes para 6 ou 3 litros, de acordo com a necessidade. 

- "Ecomosaico" para revestimento de paredes - feito de material reciclado que utiliza o resíduo eliminado pelas máquinas de corte de marmorarias, favorece a gestão de resíduos. 

- Vidros - a utilização de vidros para vedação de portas, janelas e divisórias, pois é um material não poroso e transparente, que permite a iluminação natural e pode ser reutilizado várias vezes. 

- Película para vidros - mantém a privacidade do ambiente, melhora no desempenho do vidro em relação ao controle solar, segurança e também no design. 

- Tecidos "GreenScreen" - para utilização em persianas e cortinas, proporcionam proteção solar, são isentos de PVC e COV´s, reduzem a entrada de calor e luminosidade excessiva, são mais seguros, pois, em caso de incêndio, não há emissão de fumaça densa nem quantidades mensuráveis de gás ácido hidroclorídrico, que é nocivo ao sistema respiratório. 

- Forro e Painéis de Ecoplaca - para execução de forros e vedação. São placas planas impermeáveis fabricadas com diversas matérias primas recicladas; possuem com alto poder de isolamento térmico e acústico.

- Tijolos de solocimento - com aplicação na alvenaria estrutural, é um tijolo composto de solo, cimento e água, produzido sem o processo da queima, evitando assim o desmatamento e, conseqüentemente, a poluição do ar; também elimina a quebra de paredes e o desperdício com materiais durante a obra e a geração de resíduos.

- Placas de Cortiça Reciclada - para revestimento de paredes, é um tecido vegetal composto de 30% de cortiça extraída da casca do sobreiro e 70% reciclada de rolhas, possui alto desempenho térmico e acústico.

- Resina ECOPISO - para revestimento de piso, é uma resina impermeabilizante elaborada com mais de 70% de matérias primas naturais renováveis, entre elas o óleo de mamona; não libera gases tóxicos durante ou depois de sua aplicação.

- Tinta natural - para pintura de paredes internas e externas, é composta de terra crua natural, possibilita o uso de recursos do local, economia de materiais e combustíveis, saúde para os habitantes, tecnologia simples e tradicional, dentre outros. 

- Cola à base de água - é um adesivo de contato, produto não fenólico, isento de COVs (compostos orgânicos voláteis), não agride a camada de ozônio e garante a boa qualidade interna do ar. 

- Selador verniz e stain a base de água - utilizada na proteção da madeira, não possui odor, isento de COVs (compostos orgânicos voláteis), substitui os similares convencionais à base de solventes voláteis, não agride a camada de ozônio e garante a boa qualidade interna do ar. 

- Tinta Colaza Eco-Paint Clarus - para pintura de paredes e forros, é um produto ecológico, biodegradável, aquoso, com alto poder de recobrimento e alta durabilidade, possui secagem rápida e livre de COV´s, portanto, não possui os odores desagradáveis das tintas convencionais e garante a boa qualidade do ar interior. 
- Chapas de gesso Cleaneo - para execução de forros, são chapas com propriedades acústicas e capacidade de melhorar continuamente a qualidade do ar nos ambientes em que estão instaladas, pois transformam partículas nocivas e odores em substâncias inofensivas.

- Madeira certificada - proveniente de reflorestamento para produção de móveis, esquadrias, pisos e construção em geral. 

- Madeira de demolição - madeiras nobres de lei, em extinção, provenientes principalmente de elementos de antigas construções, como esquadrias, assoalhos entre outros, possibilita o reuso de peças que seriam descartadas, diminuindo a demanda por madeiras novas.

- Bambu - para produção de móveis, pisos e na construção em geral, é composto basicamente de longas fibras vegetais. É uma planta muito resistente, possível de ser cultivada até mesmo em solos ruins.


- Biofuton - é um produto elaborado com enchimento natural de algodão orgânico e látex revestido com tecidos sustentáveis, confeccionado com matérias primas de caráter renovável, o Futon favorece o fluxo de energia corporal e dá uma sustentação especial à sua coluna durante o sono. 

- Tecido Locomotiva Eco Juta - tecido composto de 60% algodão e 40% juta, desenvolvida a partir da fibra da juta, cujo plantio não utiliza fertilizantes ou defensivos. No descarte, a juta se decompõe em 2 anos enquanto o algodão leva 10, e o poliéster pode chegar a 100 anos. 

- Sedas artesanais - utilizada na confecção de cortinas, almofadas, revestimento de estofados, etc, é um tecido artesanal em fio 100% seda, produzido a partir de casulos refugados da indústria e tingidos naturalmente. 

- Linha Fulget da Braston - utilizada em revestimentos, são placas cimentícias que unem a rusticidade das granilhas à resistência do concreto, e ainda que possua cimento em sua composição, o produto é menos impactante, pois é produzido em fôrmas que secam naturalmente, dispensando fornos. Assim, torna-se uma boa opção na substituição das pedras convencionalmente utilizadas na construção civil. 

- Piso Tecnocimento - para revestimento piso, é um material cimentício aplicado com uma espessura de 2 mm, sobre o substrato, não necessita de juntas de dilatação e não apresenta nenhum tipo de trinca ou fissura, e ainda que possua cimento em sua composição o produto é menos impactante pois pode ser aplicado sobre pisos pré-existentes, como cerâmicas, placas de cimento, mármores e pastilhas, evitando assim os resíduos habituais de reformas. 

- Acessórios em aço inoxidável - utilizado em ferragens, o aço inoxidável é, basicamente, uma liga de ferro e cromo que apresenta propriedades físico-químicas superiores aos aços comuns, sendo a alta resistência a oxidação atmosférica as suas principais características, e ainda que possua alta energia incorporada, o inox é a opção mais sustentável entre os metais para substituir metais cromados, que geram um dos mais perigosos rejeitos conhecidos, ainda sem qualquer possibilidade de reuso. 

Esses são alguns exemplos de materiais sustentáveis aplicados à arquitetura, muitos outros estão sendo desenvolvidos, pois a utilização desses materiais, assim como o foco na sustentabilidade, tem se tornado uma tendência mundial. 


Fonte: http://www.idhea.com.br