quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Arquitetura Sustentável

Aplicando Sustentabilidade na Arquitetura


Surgida por volta dos anos 70, a arquitetura sustentável preconiza que uma construção deve alterar minimamente o meio ambiente em que está inserida. Utilizando a maior quantidade possível de elementos de origem natural e garantindo um aproveitamento racional dos recursos necessários para iluminar e ventilar os ambientes; de forma a reduzir os desperdícios nessas áreas. Além disso, a arquitetura sustentável deve preocupar-se com o uso de materiais certificados e que venham de fornecedores legalmente estabelecidos e que professem as mesmas crenças em relação a diminuição dos impactos ambientais e das emissões de gases poluentes. É também freqüente o uso de materiais considerados ecologicamente corretos como os reciclados ou os oriundos de projetos sociais.
Abaixo alguns exemplos de materiais verdes para a construção civil:
Blocos de entulho – Blocos feitos a partir de entulhos moídos. Reaproveitam os restos de construções demolidas ou de reformas. Estes podem receber vigas em seu interior ou não.
Madeira Manufaturada - São tábuas de madeira feitas a partir de serragem e madeiras de construções demolidas e restos de madeira. Diminuindo assim o entulho resultante de construções.


Blocos de pedra – São blocos de pedra mesmo. Podem ser usados em construções no lugar dos blocos comuns.
Madeira certificada – Madeira certificada é madeira extraída legalmente e que muitas vezes vem de árvores plantadas especialmente para este fim.
Telhado Verde – Pode-se colocar uma cobertura vegetal sobre o telhado, o que permite uma melhor regulação da temperatura interna da residência, evitando desperdícios com aquecimento e resfriamento do local. O ecotelhado, como é chamado, consegue absorver grande parte da água das chuvas, o que pode ajudar a evitar enchentes, e, além disso, deixa sua casa muito mais bonita! Mas atenção. Um telhado verde não pode ser feito de qualquer jeito. É necessário escolher bem a planta que será usada e estruturar as camadas de terra que serão substrato para estas plantas. Procure um especialista para planejar seu telhado verde.

Tijolos de Terra – Há basicamente duas opções: paredes estilo pau-a-pique que são feitas com uma mistura de terra argilosa, água e palha que é colocada em uma estrutura de madeira trançada. Estas paredes podem levar reboque e outros acabamentos. A outra opção são os tijolos adobe. Estes tijolos são feitos com terra crua, água e palha. Os tijolos adobe podem inclusive ser feitos no local da obra. Tijolos de terra em geral geram um bom conforto térmico e acústico. Outra opção são os tijolos de terra-cimento ou blocos de terra comprimida, que levam terra, água e um pouco de cimento. Geralmente não precisam de argamassa, e reduzem a utilização de estruturas de ferro na construção.
 Muitos dos materiais verdes para construção podem ser preparados no próprio local da construção, artesanalmente. Os que não são assim são encontrados em lojas especializadas neste tipo de materiais para construção.
São várias as vantagens de se usar materiais verdes na construção civil. Além dos benefícios ecológicos, há a redução dos gastos, devido à possibilidade de manufatura de grande parte destes materiais, e redução do uso de outros como argamassa e estruturas metálicas. Além disto, os materiais verdes proporcionando melhor isolamento térmico e acústico evitam gastos com estes.
As desvantagens que podemos encontrar ao usar materiais verdes são principalmente devidas à falta de habilidade e vontade dos trabalhadores comuns em utilizar este tipo de material, pois geralmente há uma resistência devido ao hábito de utilizar outros materiais, o que pode resultar em blocos e tijolos mal feitos ou descontentamento por parte dos trabalhadores.
Mas, a utilização de materiais verdes tem-se mostrado muito proveitosa, como comprovam as experiências recentes dos países desenvolvidos, assim, devemos estimular o uso destes materiais nas construções brasileiras e gerar assim um desenvolvimento sustentável em todas as áreas.
Através desses cuidados, a arquitetura sustentável procura elaborar prédios que sejam cada vez mais eficientes energeticamente. Assim, não é incomum a utilização de materiais alternativos e totalmente diferenciados do que se encontraria numa construção comum ou "não sustentável", nas áreas de iluminação e ventilação do prédio. A energia solar ou a eólica, dependendo da localidade em que se encontra a obra, são frequentemente adotadas como formas limpas e de emissão praticamente zero; podendo assumir parte ou a totalidade da responsabilidade por esses itens.

Um cuidado especial é dado ao posicionamento da casa e a disposição das janelas conforme o deslocamento do sol no horizonte e a direção do vento. O uso de vidros duplos é também um aliado importante para garantir que a casa seja bem iluminada ao longo do dia pela luz do sol sem, no entanto, permitir que o calor se instale. Esse procedimento é responsável por uma economia enorme de energia que seria gasta na iluminação e na refrigeração desses lugares.

Swiss re Tower,Londres- Ano de fundação 2004 – Apelidado por Gherkin (pepino em português) , o edifício utiliza 50 % menos energia que outros do mesmo tamanho.
Outro item importante para a arquitetura sustentável é a utilização racional da água nos empreendimentos. Uma questão definida como básica, é o aproveitamento da água da chuva para regar plantas e jardins; lavar as áreas externas e ser usada nas descargas sanitárias. Desta forma, a economia de água é absurda e pode chegar até a trinta por cento em relação a uma construção “normal”.
A arquitetura sustentável também tem profunda preocupação com o destino correto dos resíduos gerados na própria obra. Para isso, preconiza que os entulhos oriundos da construção podem ser usados como aterros; na fabricação de tijolos e o restante pode ser reciclado de várias outras formas e aplicado de inúmeras maneiras diferentes. Reduzindo os custos e a necessidade de descarte desses resíduos nos aterros sanitários (ou até pior; de forma errada e perigosa para o meio ambiente).
Seguindo todos os parâmetros e mantendo-se dentro das especificações da arquitetura sustentável, os prédios são avaliados e recebem um selo de acordo com os parâmetros de sustentabilidade adotados na construção. Desta forma, valoriza-se o imóvel e garante-se uma vida plena e menos estressante para toda uma comunidade. Tudo isso, graças à arquitetura sustentável.
No Brasil, existe apenas uma construção com o certificado máximo da sustentabilidade, o LEED (Leadership in Energy & Environmental Design). A agencia do Banco Real na Granja Viana em Cotia - SP,  construída em 2006, cumpre os seis itens exigidos para esta certificação máxima e também se tornou a primeira da América Latina a receber o LEED. 


Informações sobre o LEED em: www.leed.net
fonte: ecologiaurbana.com/vitruviu ecológico

Um comentário:

  1. Fiz minha casa com o eco tijolo, rústica...linda. Fotografei desde o primeiro dia da obra, até a finalização. Tive um problema apenas em uma parede, mas não por causa dos tijolos, a parede cedeu um pouco na base e alguns tilojolos racharam, mas logo arrumaremos!
    Fabiana Naue bianaue@gmail.com

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