A China gastou US$ 40 bilhões para sediar os Jogos Olímpicos de Verão de 2008 em Pequim e a Rússia gastou US$ 50 bilhões para os Jogos de Inverno de 2014 em Sochi.
O Brasil gastou cerca de R$ 28 bilhões (números não oficiais) com a Copa do Mundo de 2014. E agora caminhamos para a Olimpíada de 2016 no Rio de Janeiro, com gastos absurdos e atitudes negligentes. Qual o retorno disso? Quais os ganhos econômicos?
A experiência bem sucedida de Barcelona se repetirá? Teremos, efetivamente, um legado?
Essas questões são tema do livro "Circus Maximus" do economista Andrew Zimbalist, que expõe a vaidade, os excessos e os resultados desses eventos esportivos de forma transparente. Uma leitura, realmente, reveladora.
E o que acontece hoje no Rio?
Temos centenas de desapropriações, alguns moradores que permaneceram na Vila Autódromo, convivem com escombros e com as máquinas que, de um lado fazem obras no Parque Olímpico e do outro destroem as casas.
Não sei onde ficaram os direitos dos moradores de permanecer em suas casas, sendo obrigados a receber indenizações que não pagam pela mudança de uma vida, em detrimento de um espetáculo de luxo, cujas instalações estão condenadas ao mau uso ou a elitização, ocasionando a gentrificação dos poucos moradores que resistirem às obras.
As vantagens do evento são irrisórias diante da realidade, afinal, quais as vantagens reais? A geração de empregos na construção civil ou de empregos temporários durante o evento?
A construção civil poderia gerar o mesmo número de empregos utilizando verbas menores na edificação de comunidades inteiras, com habitações populares de qualidade e ainda preservando a Mata Atlântica que foi cruelmente devastada pelas obras "faraônicas".
A Lei Federal nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006 – Lei da Mata Atlântica,
regula a conservação, a proteção, a regeneração e a utilização da Mata Atlântica,
e o Decreto nº 6.660, de 21 de novembro de 2008, detalha “o que”, “como” e
“onde” pode haver intervenção ou uso sustentável da vegetação nativa.
Para quem serve a lei?
Imagem: Júlio César Guimarães/UOL
Projeto viário necessário para a Olimpíada de 2016: a duplicação do Elevado do Joá, derruba 69 mil m² de Mata Atlântica a beira mar.
A exemplo do que ocorreu na Copa do Mundo 2014, onde tivemos apenas um legado imaginário e perdemos também a autoestima, minhas expectativas para a Olimpíada são de muitas contas a pagar, as manchetes dos principais jornais internacionais durante o evento e vergonha, muita vergonha.
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