O Conjunto Habitacional IAPI Lagoinha está situado em na região metropolitana de Belo Horizonte e é reconhecido como referência em conjuntos habitacionais brasileiros. Construído na década de 40 o IAPI possui 9 blocos com 928 apartamentos e inova por apresentar áreas verdes integradas com espaços públicos utilizados pelos moradores e pela comunidade do bairro. Um jeito diferente de morar, apartamentos pensados e adaptados de acordo com a necessidade de seus usuários, tornaram o IAPI referência nacional.
O Conjunto Habitacional IAPI (Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Industriários), foi criado em 1936, com o objetivo de abrigar os aposentados do setor industriário. Os edifícios foram erguidos na Lagoinha/Belo Horizonte, e recebiam moradores mediante pagamento de aluguel, que era baixo, facilitando assim a ocupação dos mesmos, que depois foram vendidos para os próprios moradores através de financiamento.
O conjunto faz parte de um contexto histórico-social sobre o processo de separação urbano/suburbano ocorrido em Belo Horizonte. O conjunto é como uma mini-cidade, uma cidade do interior, dentro de Belo Horizonte e, infelizmente, ainda é marginalizado pela população.
Composto por 9 edifícios de 928 apartamentos cada, o conjunto abriga cerca de 5.400 habitantes.
Cada edifício possui portaria exclusiva e a estrutura do conjunto foi bem planejada para a vida dentro da comunidade, com pátios enormes, quadras esportivas, diversos comércios e uma igreja, além de jardins no centro dos edifícios .
Os apartamentos possuem dois ou três dormitórios, sistema de lixo integrado e pontes "flutuantes" entre os edifícios.
A localização do conjunto possui benefícios, entre eles a acessibilidade, devido a proximidade do metrô, pontos de ônibus, centro da cidade, Pronto Socorro e escolas.
Num processo de separação do urbano e o suburbano, a Lagoinha foi jogada para o lado “errado” da cidade, e assim também foi com seus habitantes. Porém é preciso um olhar mais atento e sensível à esses lugares marginalizados pelo progresso, para nos libertarmos dos preconceitos criados pelos Conjuntos Habitacionais de Interesse Social.
O IAPI é um exemplo de que um projeto de qualidade não é suficiente para garantir um espaço dentro do contexto social exigido pela cidade e que em primeiro plano devemos buscar soluções que evitem a marginalização das áreas de interesse social.
Hoje uma de nossas maiores necessidades são planos urbanísticos eficientes e projetos arquitetônicos de qualidade para suprir a grande carência habitacional existente no país, mas "é preciso reconhecer a diversidade das ocupações existentes na cidade e integrar áreas tradicionalmente marginalizadas para melhorar a qualidade de vida da população, enfraquecendo o estigma que existe em relação aos assentamentos de baixa renda e fortalecendo a auto estima da população."
Rede de Iniciativas de Outro Mundo (IPAM)
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